Colheita da soja em Mato Grosso chega a 2 milhões de hectares

Foto: EMBRAPA Cerrados (www.cpac.embrapa.br )

Foto: EMBRAPA Cerrados (www.cpac.embrapa.br )

A colheita da soja em Mato Grosso chegou a uma área de 2,1 milhões de hectares. Os produtores do estado precisam ainda expandir a colheita em 73% para atingir todo o espaço reservado para o grão,  no total de 7,8 milhões de hectares. O acompanhamento da colheita foi divulgado nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O analista do Imea, Cleber Noronha, explica que as chuvas estão atrapalhando os trabalhos no campo. Ele ressalta ainda que, devido as chuvas, os produtores temem perdas na produtividade. “O Imea levantou que, com 10% da área colhida as perdas chevam a 45 mil toneladas. Com o avanço da colheita os prejuízos podem ser maiores”.

De acordo com o boletim, na região oeste os trabalhos estão mais avançados, alcançando 37,6% da área de 1 milhão de hectares, seguindo pelo médio-norte, com 29,9% de colheita concluída. O sudeste e o centro-sul seguem com 27% e 25% da área colhida, respectivamente. A colheita chegou a 24% no norte e  22% no noroeste do estado. O nordeste a colheita é mais lenta, alcançando 10% da área.

Fonte: G1 por Vivian Lessa (MT)

O desmache da Petrobras

Em sua última edição, a revista EXAME tem na capa reportagem especial sobre a atual situação da Petrobras e questiona em manchete: Como a intervenção do governo brasileiro na gestão está – ao menos até aqui – destruindo gradativamente a Petrobras, a maior empresa do país. Os números apresentados são preocupantes. Segundo reportagem assinada por Roberta Paduan e Maria Luíza Filgueiras, ao usar a Petrobras para tentar resolver os problemas do país, o governo está asfixiando a maior empresa brasileira. Hoje, ela é a pior entre as grandes companhias de petróleo do mundo. A empresa, sete anos após a descoberta do pré-sal, enfrenta a sua pior crise em 60 anos.

Fonte: Portos e Mercados

Tecon de Salvador registra movimento recorde

Foto: Divulgação - Portal Portos e Mercados

Foto: Divulgação – Portal Portos e Mercados

Tendo passado por importantes obras de ampliação, o terminal portuário administrado pelo Grupo Wilson Sons anotou uma movimentação recorde. Em 2012, o Tecon Salvador observou o movimento de 272.300 TEU, o maior desde sua privatização em 2000. Nesse montante, o destaque está nos carregamentos de frutas do Vale do São Francisco (38%) e de café (43%).

Segundo a companhia, a cabotagem teve um maior crescimento, entre as operações de longo curso, por causa da desaceleração das exportações decorrente das crises europeia e norte-americana.

Fonte: Portos e Mercados

Recuperação econômica dos EUA beneficia economia global, diz Bernanke

MOSCOU – O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmou que a economia dos EUA está se recuperando, mas observou que com uma taxa de desemprego de quase 8,0% “ainda estamos longe das condições saudáveis e vibrantes que gostaríamos de ver”.

Durante a reunião de ministros de Finanças e representantes de bancos centrais do G-20 em Moscou, Bernanke defendeu a política de relaxamento quantitativo do Fed contra as críticas de alguns mercados emergentes. “Nós acreditamos que fortalecendo a economia dos EUA estamos ajudando a fortalecer a economia global também”, disse.

Alguns países se queixam de que a política monetária frouxa em países desenvolvidos está alimentando investimentos em economias emergentes e aumentando o valor de suas moedas. Bernanke, porém, afirmou que a política do Fed é consistente com o comunicado emitido esta semana pelo G-7, que teve como objetivo aliviar as tensões em todo o mundo relacionadas às taxas de câmbio.

“Os EUA estão usando instrumentos políticos domésticos para avançar em seus objetivos domésticos”, declarou o presidente do Fed. Segundo Bernanke, os EUA recebem bem as abordagens similares de outros países. Recentemente o Japão anunciou um programa de relaxamento monetário mais agressivo e algumas autoridades europeias querem que o Banco Central Europeu (BCE) também aja de forma enérgica para estimular o crescimento na zona do euro.

Bernanke afirmou ainda que, como o sistema financeiro global é cada vez mais integrado, “é crucial que tenhamos regimes financeiros consistentes em todos os membros do G-20”. O presidente do Fed disse que os EUA reiteram seu compromisso de implementar o acordo de Basileia 3 – a última rodada de regras financeiras definidas internacionalmente e destinadas a supervisionar a força e preservar a estabilidade das instituições.

“Ainda estamos trabalhando com nossos parceiros para estabelecer políticas consistentes em questões como reforma de derivativos e soluções para instituições financeiras importantes para o sistema”, afirmou Bernanke. As informações são da Dow Jones.

Fonte: O Estadão

Atividade econômica argentina fica abaixo do esperado em dezembro

BUENOS AIRES, 15 FEV – A atividade econômica da Argentina perdeu força em dezembro, avançando 1,1 por cento em relação ao mesmo mês do ano anterior, e fechou o ano com crescimento de 1,9 por cento, o segundo pior desempenho em uma década, mostraram dados do governo nesta sexta-feira.

A prolongada expansão da terceira maior economia da América Latina estancou em 2012 devido à fraca demanda global, à alta inflação, ao impacto de uma seca sobre a colheita de grãos e ao efeito de controles do governo sobre câmbio no investimento.

Uma pesquisa da Reuters com 12 analistas mostrou que a previsão média para o crescimento em dezembro era de 1,5 por cento, com estimativas compreendidas entre uma queda de 0,7 por cento e uma alta de 2,3 por cento no crescimento.

Em relação a novembro, o índice de atividade econômica EMAE, uma espécie de medidor do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,4 por cento, mesma taxa registrada em novembro ante outubro.

A presidente Cristina Kirchner anunciou o dado sobre crescimento em 2012 mais cedo nesta semana, citando a resiliência argentina à crise econômica global.

Mas a precisão dos dados do país sobre crescimento e inflação estão sob fogo cerrado, com o país sujeito a possíveis sanções por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Alguns analistas privados dizem que a economia encolheu no ano passado. Em seu próprio indicador de atividade econômica, a empresa de consultoria Orlando J. Ferreres & Associados anunciou declínio de 0,3 por cento em 2012, um número respaldado pelo Citigroup.

Membros do governo e analistas concordam que as perspectivas para a economia em 2013 são melhores, mas taxas de crescimento de 9 por cento ao ano, como as registradas depois da crise de 2001-02, provavelmente não voltarão.

INFLAÇÃO EM JANEIRO

O governo também divulgou nesta sexta-feira um relatório mostrando que a inflação ao consumidor chegou a 1,1 por cento em janeiro, maior leitura oficial desde fevereiro de 2010.

Os dados do governo têm sido amplamente contestados. Economistas privados acreditam que a inflação real no mês passado chegou a 2,1 por cento, de acordo com a mediana das estimativas de seis analistas ouvidos pela Reuters.

No acumulado em 12 meses até janeiro, a inflação oficial anunciada foi de 11,1 por cento, comparada com a estimativa de analistas de cerca de 25 por cento.

“Nós esperamos que a inflação não-oficial acelere para 30 por cento em 2013, após oscilar em torno de 25 por cento ao longo dos últimos três anos”, avaliou o Citigroup em relatório mais cedo nesta sexta-feira.

(Reportagem adicional de Hilary Burke)

Fonte: Estadão / Economia

Mercado aposta em alta de juros no primeiro semestre

MOSCOU – A taxa de juros é o mecanismo de controle da inflação no Brasil, e não o câmbio, afirmou ontem em Moscou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, refutando a interpretação de que o governo havia deixado o real apreciar nos dias anteriores para conter a aceleração no índice de preços, que em janeiro atingiu o maior patamar desde 2005.

O ministro já havia feito declaração semelhante em janeiro. Mas, desta vez, os investidores interpretaram como sinal que o Banco Central vai elevar os juros. Investidores aumentaram as apostas no mercado futuro em uma alta da taxa básica (Selic) em 0,25 ponto porcentual entre as reuniões de abril e maio do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. No ano, as apostas são de uma alta de mais de um ponto porcentual.

Apesar da negativa de Mantega sobre o uso do câmbio contra a inflação, os investidores também testaram a disposição do BC de deixar o real se valorizar. A cotação do dólar chegou a cair para R$ 1,952. Mas o BC interveio e o dólar fechou em alta de 0,41%, a R$ 1,9670

“O câmbio não é instrumento para controlar a inflação. O instrumento do Banco Central para controlar a inflação são os juros”, reiterou Mantega. Ele se recusou a dizer se a recente alta na inflação levará à elevação dos juros, que estão em 7,25% ao ano. “O Banco Central tem de ficar vigilante e, se não houver uma queda da inflação espontaneamente, ele tomará as devidas providências”, declarou a jornalistas antes do início da reunião de ministros do G20, em Moscou.

Segundo ele, o “sinal de alerta” do governo é disparado sempre que o índice de preços supera o centro da meta de inflação para o ano, marca que hoje corresponde a 4,5%.
Mantega disse que a alta do mês passado foi provocada por razões “sazonais, e não estruturais”, e previu que a inflação terá desaceleração acentuada em fevereiro, sob influência do corte nas tarifas de energia.

Fonte:  O Estado de S. Paulo via O Estadão / Economia

Argentina prevê aumentar em 5% a produção de carne bovina em 2013

Argentina prevê aumentar em 5% a produção de carne bovina em 2013

http://jovempan.uol.com.br/noticias/economia/2013/02/argentina-preve-aumentar-em-5-a-producao-de-carne-bovina-em-2013.html

Buenos Aires, 16 fev (EFE).- A Argentina, sexta maior produtora mundial de carne bovina, prevê aumentar 5% da sua produção neste ano, para alcançar 2,75 toneladas, segundo projeções do setor.

De acordo com relatório do Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA), o país “seguirá se recuperando do desastre produtivo de 2010-2011, voltando a aumentar sua produção em 2013, após aumento de quase 4% de 2012”.

Após atingir produção de 3,3 milhões de toneladas, a Argentina viu sua produção cair para 2,6 milhões em 2010 e 2,5 milhões em 2011, recuperando-se levemente em 2012, com 2,6 milhões de toneladas.

Segundo o IPCVA, o estoque bovino no país é de 51,4 milhões de cabeças.

Para este ano, as vendas para o exterior devem seguir concentradas nos mercados da União Europeia, Chile e Israel. Em 2012, de acordo com o órgão, pouco menos de 7% da carne bovina produzida na Argentina foi exportada.

Fonte: Agência EFE via Jovem Pan OnLine

 

 

Chegada da fragata ‘Liberal’ ao Rio de Janeiro após Comissão Líbano II

Foto: Portal Naval / Divulgação

Foto: Portal Naval / Divulgação

A Fragata “Liberal” retornará ao Rio de Janeiro no dia no dia 17 de fevereiro, após a realização da Operação de Paz no Líbano. O Navio integrou, desde maio de 2012, a Força Tarefa-Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL).
A FTM-UNIFIL foi criada em 2006 de acordo com Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em atendimento à solicitação do Governo Libanês. É a primeira Missão de Paz da ONU que conta com uma Força-Tarefa Marítima, atualmente comandada pela Marinha do Brasil. O dia 14 de novembro de 2011 ficou registrado na história naval brasileira como o dia em que o primeiro navio de guerra da Marinha do Brasil, Fragata ‘União’ foi incorporado a uma missão de paz da ONU. A Fragata ‘Liberal’ foi o segundo Navio a cumprir esta missão, tendo sido substituída pela Fragata ‘Constituição’, na Área de Operação, antes do início de seu retorno ao Brasil.

A Fragata “Liberal” foi o principal meio de um grupo multinacional de nove navios, que contava também com três navios alemães; dois de Bangladesh; um da Grécia; um da Indonésia; e um da Turquia. A principal tarefa da Fragata brasileira no Líbano, em conjunto com os demais meios, foi impedir a entrada de armamento não autorizado pelo Governo Libanês em seu território, através de Operações de Interdição Marítima. Paralelamente o Brasil contribuiu com a formação e o treinamento de pessoal da Marinha Libanesa para que seja capaz de exercer domínio e controle de suas águas jurisdicionais.

A Fragata “Liberal” suspendeu do Rio de Janeiro em 10 de abril de 2012. Após mais de dez meses de comissão, sua tripulação, composta por 209 militares da Armada, 14 militares do Destacamento Aéreo Embarcado (DAE); 19 Fuzileiros Navais, do Grupo de Reação contra Ameaças Assimétricas (GRAA); e 9 Mergulhadores de Combate (DstMeC), num total de 251 militares, finalmente retornará ao convívio de seus familiares após ter cumprido sua missão no Líbano.

A chegada do navio está programada para o dia 17 de fevereiro de 2013, na Base Naval do Rio de Janeiro, às 10 horas.
Os órgãos da mídia interessados em cobrir a atracação do navio poderão credenciar-se previamente junto ao Comando da Força de Superfície pelos telefones (21) 2189-1940 ou (21) 7699-8710 (Tenente Paulo Sérgio) ou pelo e-mail: paulo.sergio@forsup.mar.mil.br, ou a partir das 08:00h do dia 17 de fevereiro na Base Naval do Rio de Janeiro, localizada na Ilha de Mocanguê – Niterói – RJ.

DIVULGAÇÃO: Comando da Força de Superfície via Portal Naval

Ministra reage e defende Medida Provisória dos Portos

BRASÍLIA – A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, uma das idealizadoras da Medida Provisória 595, que altera as regras de exploração de portos no Brasil, reagiu à ameaça de greve dos trabalhadores do setor, prometida para depois do dia 19, sob a alegação que a MP afeta direitos dos trabalhadores. “Não tiramos nenhum direito dos trabalhadores. Todos os direitos e benefícios deles estão preservados na nova legislação”, disse ontem a ministra Gleisi, acrescentando que o governo está aberto para discussão com todas as categorias e a melhorias no documento por emendas do Congresso. Mas ressalvou que o governo não quer mudar a “essência” do texto.

Gleisi Hoffmann advertiu que, se for deflagrada uma greve que paralise os portos e prejudique o País, “vamos atuar como fizemos em outras greves”, sem especificar quais medidas poderiam ser adotadas. Em paralisações anteriores, o governo chegou a substituir os grevistas por funcionários públicos de outras áreas a fim de de que os serviços considerados essenciais não fossem afetados. Uma paralisação das atividades portuárias poderia acarretar bilhões em prejuízo ao Brasil.

“Não cabe reserva de mercado no sistema portuário”, defendeu a ministra Gleisi, ao lembrar que o Brasil é um país de dimensões continentais, com novas fronteiras agrícolas e que é preciso que exista um sistema de escoamento da produção que leve em conta seu tamanho. “Temos uma demanda reprimida que precisa ser atendida”, declarou a ministra, avisando que “tem mercado para todos”.

Gleisi não quis polemizar com o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que está liderando a mobilização pela paralisação dos portos. “Não politizaremos a questão”, declarou ela, afirmando que “o objetivo número-um do governo com a MP é dar competitividade ao sistema portuário e reduzir o custo Brasil”.

Os portos representam atualmente um enorme gargalo para o crescimento da economia do País. Com o pacote de portos anunciado em dezembro, o governo espera atrair R$ 54,2 bilhões em investimentos privados até 2017, sendo R$ 31 bilhões entre 2013 e 2015.

Reunião

Representantes dos portuários e das Centrais Sindicais reuniram-se ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para discutir a Medida Provisória 595, chamada MP dos Portos.

O presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Ferreira Barreto, alertou que os trabalhadores não podem ficar de fora desse debate. Falando a jornalistas, ele disse esperar que seja aberto um diálogo entre governo e trabalhadores. “A MP 595 é uma proposta de dilapidação de um patrimônio brasileiro, que são os portos. Se isso acontecer será uma catástrofe para o País”, afirma Wilton.

Na opinião do sindicalista, há vários pontos negativos na MP, como a permissão de instalação de terminais privados fora do porto organizado. “Essa medida reduz o volume de carga do porto organizado, prejudica empresários, reduz a renda e ameaça os empregos”, ele diz.

Wilton destaca que nos dias 19, 20 e 21 acontece a plenária nacional da categoria para definir os rumos da mobilização. Sobre uma possível paralisação, Wilton afirma: “Esperamos que o diálogo seja aberto. Queremos trabalhar e ter a garantia de nossos direitos. Mas se tivermos que tomar uma posição, vamos reagir.”

Negociações

A presidente Dilma Rousseff vai se reunir com representantes dos principais sindicatos no início de março para esclarecer o plano de desenvolvimento do governo para os portos e a Medida Provisória 595, que vem causando protestos no setor e ameaça de greve os trabalhadores caso não tenha pontos alterados no Congresso. Segundo os sindicalistas, uma das mudanças previstas na MP -que deve trazer novas empresas privadas para o setor- vai fragilizar o atual modelo de contratação dos trabalhadores.

Uma greve neste momento, em que uma safra recorde de grãos começa a ser exportada, poderia trazer prejuízos ao País. Se houver interrupção dos embarques, os mercados globais de commodities seriam afetados.

O plano inicial de Dilma era ouvir os sindicatos em sequência aos encontros que teve com empresários em janeiro, mas o agravamento da ameaça de sindicalistas de que greves seriam realizadas fizeram-na colocar o tema dos portos na pauta. A presidente, segundo fontes do Planalto, está “muito preocupada” com os efeitos da resistência do setor ao plano de investimentos de 54,2 bilhões de reais até 2017, que segundo o governo irá garantir uma redução superior a 20 por cento nos preços de frete no Brasil. O novo modelo foi lançado pelo Planalto em dezembro.

O encontro da presidente com o setor está marcado para o dia 6 de março, mesmo dia em que ocorrerá uma marcha de trabalhadores em Brasília.

A principal reclamação dos sindicalistas é que a MP fragiliza as relações trabalhistas.

Por DCI – São Paulo/SP – AE via INTELOG

Deixa voar

Desde 2001, quando dois aviões sequestrados por terroristas chocaram-se com as Torres Gêmeas, em Nova York, a aviação comercial, que já vinha andando de lado havia alguns anos, nunca mais foi a mesma. Combalidas, as principais companhias aéreas do mundo entraram em crise. Praticamente todas as gigantes americanas foram ao chão, assim como os célebres arranha-céus nova-iorquinos.

A lista inclui United Airlines, Delta Air Lines, Northwest Airlines, US Airways e American Airlines (AA), que pediram concordata para sobreviver. No Brasil, Varig e Vasp, líderes do mercado nacional, também foram à bancarrota na mesma época. Mais recentemente, por problemas conjunturais, o setor aéreo vive nova crise.      Quanto mais seus aviões voam, mais as empresas perdem dinheiro em razão do preço do combustível, literalmente, nas alturas. Nesse ambiente, a saída para elas é fundir-se, criar uma companhia ainda maior e aproveitar as sinergias para reduzir os custos. “Todos sabem que essas parcerias não são apenas uma questão de competitividade, mas sim de sobrevivência”, afirma Volney Gouveia, professor do curso de aviação civil da Universidade Anhembi Morumbi. É fácil então entender por que as autoridades regulatórias têm aceitado praticamente sem restrições as grandes fusões de companhias aéreas, como a da chilena LAN com a brasileira TAM, que deu origem à Latam. A união mais recente é a da American Airlines, que está em concordata há 15 meses, com a US Airways, anunciada na quinta-feira 14.

O Comandante: Thomas Horton, CEO da American Airlines, assumirá a presidência do conselho da nova gigante da aviação     A fusão cria a maior companhia aérea do mundo em número de passageiros transportados (140 milhões, em 2011) e em faturamento, um colosso que nasce com uma frota de 1,5 mil aviões, quase 100 mil funcionários, 6,7 mil voos diários e valor de mercado de US$ 11 bilhões. Nas Américas, ela só fica atrás da Delta Airlines, que vale US$ 12,5 bilhões, e da Latam, avaliada em US$ 11,9 bilhões. “É uma grande oportunidade para nossa recuperação total e a criação de um novo líder global do setor”, afirmou Thomas Horton, ex-CEO da AA, que passará a presidir o conselho de administração do novo grupo. Seu colega Doug Parker, que dirigia a US Airways, será o presidente da “nova” American Airlines.

A nova estrutura acionária prevê que os acionistas da US Airways terão 28% das ações, enquanto os credores da AA, controlada pela texana AMR, ficarão com os 72% restantes. O negócio ainda está condicionado à aprovação do Tribunal de Falências dos Estados Unidos e das autoridades antitruste americanas. A expectativa é de que a fusão seja concluída no terceiro trimestre de 2013. Até 2015, estima-se que US$ 1,2 bilhão seja gasto com a integração das duas companhias. Em contrapartida, quando isso acontecer, a união deverá gerar uma economia de mais de US$ 1 bilhão nos custos anuais, US$ 900 milhões dos quais referentes ao remanejamento da frota. “A união pode ser interpretada mais como uma forma de reação do que uma estratégia proativa”, afirma Respício do Espírito Santo Jr., professor de engenharia de transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

De fato, as principais concorrentes da AA não ficaram paradas nos últimos cinco anos. A United Airlines se uniu à Continental, em 2010. Dois anos antes, a Delta comprou a Northwest Airlines. Graças a essa transação, a Delta acabou com décadas de hegemonia da AA na liderança global do setor aéreo. Mas, mais do que o potencial de crescimento, uma das maiores motivações desse tipo de negócio é a busca pela rentabilidade. Pode até parecer incoerente a US Airways, que tem resultados financeiros saudáveis e lucrou US$ 537 milhões, se unir à AA, que estava à beira da falência. Analistas, no entanto, argumentam que essa é a forma mais rápida de crescer. “O custo da estrutura para alçar voos mais altos é o que pode afetar a rentabilidade”, diz Gouveia, da Anhembi Morumbi.

Fonte: por Rafael FREIRE via IstoÉ Dinheiro